Topefilme

BREVE HISTORIA DA TOPEFILME
COMO PRODUTORA DE CINEMA DE ANIMAÇÃO

Com a saída em 1973 da firma TELECINE-MORO dos elementos que até então compunham a secção de Animação (Ricardo Neto e Artur Correia, directores de animação e Armando Ferreira, director de fotografia), formou-se em 11 de Maio desse mesmo ano a TOPEFILME que a partir do mês de Agosto se instalou definitivamente na sede oficial onde, a par da produção de filmes publicitários procurou incrementar o desenvolvimento de curtas metragens para Cinema e Televisão.
Neste campo foram produzidas curtas metragens do Conto Tradicional Português, subsidiados pelo Instituto Português de Cinema; O Caldo de Pedra, Os Dez Anoezinhos da Tia Verde Água, As duas Comadres e o Grao de Milho. Dois filmes de serviços para a Direcção Geral de Saude: A Difteria e Para Bem Fazer há muito que aprender., destinados a divulgação sanitária.
O filme A LENDA DO MAR TENEBROSO, produzido para a série de fábulas Europeias.
Sempre que solicitado, a Topefilme colaborou com Cineclubes amadores de Animação em exposições como as de Aveiro e Almada e com as Escolas através de visitas de estudo e esteve presente com as suas produções em festivais internacionais como os de Espinho, Tomar, Zagreb, Annecy, Oberhausen, etc.


Perspectivas do Cinema de Animação em Portugal
Até há ainda relativamente pouco tempo o cinema de animação português era verdadeiramente inexistente. 
Foram as crescentes necessidades da televisão que proporcionaram a algumas agências de publicidade estabelecerem na sua programação breves filmes de desenhos animados com os quais se ficou a saber que no nosso país havia pequenas equipas dedicadas a executar um trabalho inglório e, sob vários aspectos, revestindo um aspecto de fenómeno: a produção de filmes de animação...
Quem abriu o caminho no filme animado publicitário foram os cineastas Mário Neves, Servais Tiago, Ricardo Neto, Artur Correia, Armando Ferreira e Mário Jorge, que fazem figura de autênticos veteranos neste domínio, tal a experiência acumulada ao longo dos anos. A este grupo deve juntar-se Fernando Correia, que só nos últimos anos teve a oportunidade de responsabilizar-se pela realização de filmes próprios.
A prática do cinema publicitário de animação permitiu adquirir um treino benéfico para as raras equipas formadas em Portugal um tanto ao sabor do acaso, pois a continuidade do trabalho raramente tem sido assegurada. Essa prática levou alguns animadores portugueses a marcar uma posição de relevo em competições internacionais, nomeadamente devido a um ritmo apurado e a experiências gráficas particularmente interessantes.

Foi assim que, em 1967, Artur Correia obteve o Grande Prémio do Filme Publicitário nas Jornadas Internacionais de Cinema de Animação efectuadas em Annecy. O seu filme O Melhor da Rua foi justamente distinguido pela sua qualidade artística e pelo espírito de concisão da breve história que descrevia: num confronto entre os proprietários de dois bares fronteiros entre si, cada um deles pretende dar ao seu bar um nome que provoque maior atracção que o do outro. A imaginação de um deles acaba por conferir-lhe a vitória final com a concordância do adversário rival.
O filme animado publicitário de modo algum é um domínio desprezível da arte cinematográfica. Grandes nomes da animação mundial, como Alexandre Alexeieff, Étienne Raik, Richard Williams ou George Dunning, colocaram o seu enorme talento ao serviço da difusão de mensagens que captam o espectador graças a um elevado poder de síntese e a formas experimentais que muito contribuem
para o alargamento das pesquisas gráficas. 
Em nenhum país do mundo onde a animação seja uma actividade corrente o filme publicitário deixa de ser solicitado, quer seja para exaltar as virtudes de qualquer produto de natureza comercial, quer seja para alertar o público em relação a campanhas de interesse público. 
Bom seria retomar-se o ritmo de alguns anos atrás neste sector que tem o grande mérito de dar experiência às equipas de animação, consentindo ao mesmo tempo a criação de formas gráficas muito avançadas e impossíveis de concretizar na produção normal de filmes de divertimento.
Fora do domínio do filme publicitário pouca coisa se pode fazer em Portugal no que se refere à animação... a não ser que o Instituto Português de Cinema estabeleça um plano de produção que garanta a continuidade e o alargamento das equipas especializadas nesta actividade. O que não parece viável...

O Instituto Português de Cinema concedeu subsídios a algumas equipas portuguesas de animação. O que foi um bom sinal. Esta é a única maneira de se fazer filmes animados no nosso país. Como se sabe, há somente dois processos de se produzir filmes animados: nos países de economia dirigida o Estado destina uma parte do seu orçamento para a manutenção de equipas que produzem anualmente um certo número de películas previamente estabelecido (é o que se passa na União Soviética, Checoslováquia ou Polónia, entre outros países); nos países de economia livre, cada equipa tem de procurar plano de produção contínua pode satisfazer Artur Correia obter subsídios ou investimentos que permitam manter o seu esquema de produção (é o que sucede nos Estados Unidos, França, Inglaterra, para só citar estes países).


Em Portugal ninguém irá investir dinheiro num empreendimento tão arriscado como é a produção de um filme animado a não ser o Estado, para produzir filmes de prestígio, ou então entidades particulares para divulgar produtos comerciais ou para tornar conhecida do público a sua actividade peculiar.




FILMOGRAFIA DA TOPEFILME:

ANO 1973
1- SEVE /vinhos (8”)
2- CONFIDENTE 40 anos (20”)
3- Porto Sandeman/SKY (30”)
4- Porto Sandeman/pesca (30”)
Dezembro
5- Torres Europa (4 filmes) (8”)
6- J. Pimenta Boas Festas (8”)
7- PRP Boas Festas (8”)
8- Gen. Filme: Mais e melhor Fruta (60”)
9- Direcção Geral de Viação/cinto de segurança (30”)
ANO 1974
10- J. Pimenta / Capitais (20”)
11- Campanha Anti-tabágica (60”)
12- Sumos de Fruta “guloso” (30”)
13- Sumos de Fruta Guloso (8”)
14- Direcção Geral de Saúde/vacinação (60”)
15- Mousse de Chocolate Marquise (30”)
16- EXE simples (6”)
17- Tapilimpa (8”)
18- Torralta/Banco Totta (20”)
19- Torralta / pensador (15”)

RELAÇÃO DAS CURTAS METRAGENS PRODUZIDAS E REALIZADAS PELA TOPEFILME
Série “Contos Tradicionais Portugueses”
1- Os 10 anõezinhos da Tia Verde Água – 1975
2- O Caldo de Pedra – 1975 – Selecionado para o Festival Internacional LUCCA 1976 e Zagreb 1978
3- As Duas Comadres – 1976
4- O Grão de Milho – 1977
5- A Lenda do Mar Tenebroso - 1974 – Inserido na série Favolistica Europeia em c-produção com Corona Cinematográfica

Para a RTP – duração de 8’ cada
1-Oh, que pintor - 1977
2-A casa feita de sonho – 1978
3- É um Segredo – 1979 – 1º filme da série Ouriço Cacheiro
4- O Tapete Vivo – 1981 – 2º filme da série Ouriço Cacheiro
5- O Mistério da Serpente no Jardim – 1982 – 3º filme da série Ouriço Cacheiro
6- Minha Querida casa – 1983 – 4º filme da série Ouriço Cacheiro
7- A alegria inventada – 1984 – 5º filme da série Ouriço Cacheiro
8- O Piquenique – 1985- 6º filme da série Ouriço Cacheiro
9- Um Presente – 1986 – 7º filme da série Ouriço Cacheiro
10- É Nataql! É Natal! – 1989 – 8º filme da série Ouriço Cacheiro
11- O papagaio de papel – 1987



Para a DIRECÇÃO GERAL DE VIAÇÃO (3’)

1- A cantiga da lagarta
2- A cantiga do paseio
3- Peão Verde ou Encarnado
4- As Aventuras do Rabanete Saltitão (filmes baseadosem canções de José Barata Moura)
Em Co-Produção com a Telecine-Moro:
1- O ROMANCE DA RAPOSA (13 episódios de 13 minutos cada) – 1989/1991

Produzidos e Realizados por falta de Cliente:
1- Bolinha e os Sete Meninos Maus (8’) – baseado num conto de odete de Saint-Maurice
2- Patilhas e Ventoinha em: O CASO DA MOSCA DA TV (60”) – filme Piloto

Ouriço (vamos dormir) 1992- produzido por A. Correia, R. Neto e C. Roque

O Estudio TOPEFILME fechou em 1994
























Produções da Topefilme:










de um filme da REGISCONTA
"Há muitos homens diferentes..."


Parece que neste momento não é necessário encarecer a enorme audiência que a animação desfruta no nosso país. Tem havido condições muito especiais para a receptividade que o filme animado goza junto do público. Desde sempre, os espectadores de cinema tiveram o hábito de ver, como complemento de filmes de longa-metragem, os desenhos animados produzidos em Hollywood. Tudo o que de bom e de mau ali se fez passou nos cinemas portugueses. E as longas-metragens animadas também se exibiram sempre entre nós. 
Mais recentemente, os exibidores descobriram outros centros de produção e, assim, é ainda muito frequente ver filmes animados como complemento. Através da televisão, um novo público, que desconhecia a animação, foi conquistado em todo o país.
Num país como o nosso, o filme animado pode (e deve) desempenhar uma função de fundamental
importância no sector da educação das crianças e dos jovens. Qualquer matéria escolar só tem a ganhar se tiver, em complemento, um filme animado a enriquecer e a alargar a explicação dada pelos professores.
Cabe ainda ao filme de animação um lugar de decisiva importância no esclarecimento de questões públicas relacionadas com problemas de saúde ou de melhoria de qualidade de vida. Não devemos esquecer também a importância da animação como forma de espectáculo, junto de várias e bem diversificadas camadas de espectadores. A esta última função deve o Instituto Português de Cinema responder em profundidade, isto é, não basta financiar a produção, é necessário promover a difusão dos filmes que subsidia — o que só pode ser feito colocando em circulação, ao alcance de estabelecimentos de ensino e de colectividades, o número suficiente de cópias em dezasseis milímetros capazes de suprir as enormes carências neste sector.
Presentemente encontram-se em produção apenas filmes de publicidade. Seria conveniente que as várias equipas em actividade não interrompessem o seu trabalho à espera do próximo plano de produção. A verdade é que novos autores aguardam uma oportunidade de tentarem exprimir-se através da animação. Esses novos autores provêm da pintura, das artes gráficas, da banda desenhada... 
Há também jovens sem experiência que sonham com a animação. Dado que temos em Portugal alguns cineastas de animação com grande experiência, bom seria que para junto deles fossem chamados jovens a quem fosse possível iniciar nos segredos da produção.





 

 alguns Filmes da Topefilme

 






























A dissolução da Topefilme..

                                        Eu Quero a Lua



O Romance da Raposa         







Topefilme



Filmes
Premios Nacionais e Internacionais
Estudios MORO Madrid



Biofilmografia
Eu quero a Lua



Historia da Topefilme
Produções Topefilme
O Romance da Raposa


Produçoes da Topefilme
Produçoes da Topefilme
 


 



















Sem comentários:

Enviar um comentário